A Justiça argentina apresentou novas acusações no caso da morte da modelo baiana Emmily Gomes, ocorrida em março de 2023, em Buenos Aires. A médica brasileira Juliana Magalhães Mourão, que estava no apartamento no momento da queda, foi acusada de abandonar a vítima sem prestar socorro, mesmo sendo profissional da saúde. Até então, ela era apenas testemunha no processo que investiga a queda fatal do sexto andar do imóvel do empresário argentino Francisco Sáenz Valiente, principal suspeito.
Durante audiência recente, a advogada da família de Emmily, Raquel Hermida, destacou que a defesa do empresário tentou preservar Juliana como testemunha, pois ela seria uma aliada de Sáenz Valiente. Contudo, a acusação sustenta que a médica teve papel ativo no ocorrido, contribuindo para o desfecho trágico. Segundo a Promotoria, Juliana e Sáenz Valiente continuaram a reunião com consumo de drogas e álcool enquanto Emmily apresentava sinais de grave descompensação psiquiátrica, privando-a do atendimento necessário.
O relatório do Ministério Público aponta que a jovem foi submetida a um ambiente sexualizado, marcado pelo fornecimento de substâncias ilícitas e pela ausência de assistência médica. A queda aconteceu horas depois de um surto psicomotor que, conforme a acusação, poderia ter sido evitado com a busca por socorro imediato. Chamados de emergência só foram feitos após gritos da modelo serem ouvidos por vizinhos, que também acionaram a polícia.
A audiência final com Juliana Magalhães Mourão está marcada para 4 de dezembro, quando ela será interrogada. Enquanto isso, a acusação busca agravar os indiciamentos, considerando que o caso pode configurar feminicídio e abuso sexual, além do abandono de pessoa. Se condenada, a médica poderá perder o direito de exercer sua profissão, encerrando mais um capítulo dessa investigação ainda sem resolução definitiva.
Fonte: G1