O encontro entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Assembleia-Geral da ONU em Nova York, rendeu mais do que um aperto de mão. Após a rápida conversa, o ex-presidente dos Estados Unidos declarou ter tido “excelente química” com o líder brasileiro, destacando que ambos “gostaram um do outro” ao menos por 39 segundos. A fala bem-humorada de Trump ganhou destaque na imprensa internacional e abriu espaço para especulações sobre um possível diálogo mais próximo entre os dois.
Apesar do tom leve, o pano de fundo era marcado por tensão. Em seu discurso, Lula defendeu a democracia e criticou sanções, tarifas e restrições impostas por governos estrangeiros, classificando-as como ataques à soberania e ao Judiciário brasileiro. Já Trump, em sua fala, voltou a atacar práticas políticas que considera abusivas no Brasil, apontando para riscos de censura e judicialização da política. Ou seja, a química existiu, mas o atrito também esteve presente.
Do ponto de vista diplomático, a breve aproximação pode ser interpretada como um gesto estratégico. Trump se coloca como líder pragmático e aberto a negociações, enquanto Lula busca reforçar sua imagem de estadista firme, mas disposto a dialogar. O reflexo imediato foi sentido nos mercados: o real ganhou força e a bolsa brasileira registrou leve alta após a notícia do encontro. Pequenos sinais que mostram como segundos de “boa química” podem gerar repercussões concretas.
No tom satírico, é possível imaginar Trump calculando no relógio os 39 segundos de afinidade, enquanto Lula pensava se a boa impressão duraria até a próxima semana. Mas, no aspecto sério, o episódio revela como relações entre Brasil e Estados Unidos permanecem instáveis, exigindo diplomacia cuidadosa. Entre elogios inesperados e discursos firmes, a cena mostra que, na política, a química pode ser passageira — mas seus efeitos, duradouros.