O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou nesta segunda-feira (12), durante um evento em Nova York, que “não existe direita sem Jair Bolsonaro”. A fala ocorreu ao ser questionado sobre a possibilidade de reorganização da direita brasileira caso o ex-presidente, atualmente inelegível até 2030, não possa participar diretamente das eleições de 2026.
Tarcísio participou de um jantar promovido pelo grupo Esfera, que reuniu lideranças brasileiras nos Estados Unidos para debater a atração de investimentos ao Brasil. Ele enfatizou que ainda é cedo para discutir o cenário eleitoral de 2026, reforçando o foco na entrega de resultados durante sua gestão à frente do governo paulista. “Está muito cedo, falta um ano e pouco para a eleição. Tenho que pensar agora em entregar resultado”, afirmou.
Bolsonaro, que enfrenta um cenário jurídico complicado, é alvo de uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de articulação para um golpe de Estado. Apesar das incertezas, Tarcísio demonstrou confiança na possibilidade de reverter a inelegibilidade do ex-presidente. “Ainda creio no reestabelecimento [da elegibilidade], porque creio na Justiça”, disse o governador.
No entanto, caso essa reversão não ocorra, Tarcísio ressaltou que Bolsonaro terá um papel central na decisão sobre quem representará a direita na disputa presidencial. “Se isso não acontecer, a opinião decisiva e a palavra final vai vir dele. Ele quem vai ser o condutor desse processo”, afirmou em entrevista recente à Rádio Bandeirantes.
A fala do governador reforça o peso político de Bolsonaro como líder simbólico e estratégico da direita, mesmo diante dos desafios legais que enfrenta. Ao mesmo tempo, a postura de Tarcísio reflete uma tentativa de equilibrar sua proximidade com o ex-presidente enquanto mantém sua agenda de gestão estadual como prioridade.
O posicionamento do governador destaca uma questão central na política brasileira: a dependência de lideranças personalistas em torno das quais os movimentos políticos se estruturam. Enquanto Bolsonaro segue como figura determinante para os rumos da direita, seus aliados trabalham para garantir continuidade, seja pela eventual candidatura do ex-presidente ou pela escolha de um sucessor que carregue seu legado político.